quarta-feira, 20 de março de 2019

Como remover a argamassa em diferentes situações

A argamassa é uma mistura de agregados, sendo eles: miúdo, aglomerante inorgânico e água, contendo ou não aditivos e adições, cujas propriedades de aderência e endurecimento podem variar conforme os procedimentos adotados. Podem ser utilizadas em obra para assentar revestimentos como cerâmicas; porcelanatos; granitos; mármores; e pedras naturais. A aplicação é realizada com o uso de desempenadeira dentada e Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).

Existem várias situações em que é necessário remover a argamassa, como por exemplo, a troca dos pisos e azulejos para que não fiquem resíduos que dificultem a fixação das novas cerâmicas; a substituição da argamassa por uma que seja impermeabilizante para evitar que o ambiente fique úmido; a modernização da arquitetura interna ou externa de uma edificação antiga transformando-a em uma mais moderna. Basicamente, a remoção de argamassa de pisos e de paredes segue o mesmo princípio e pode ser realizado com máquinas elétricas, cinzel, martelo e espátula, além da lixadeira para remover argamassa e resinas restantes.

De acordo com a professora Elizabeth Montefusco, do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia o primeiro passo é verificar se a argamassa se desprende com facilidade de forma a esfarelar ou se a mesma apresenta lascamentos, se está destacando em pedaços duros, umidade, manchas, ou até mesmo, se está bem aderente ao substrato. Após alguns anos e devido às condições do imóvel, pode acontecer o desgaste do piso ou até mesmo a necessidade estética da troca e para que se possa definir o procedimento adequado a cada situação, que envolvem não só aspectos técnicos, mas também do local em questão, que pode ser um ambiente hospitalar, industrial, escolar, entre outros é fundamental a contratação de um especialista. “Qualquer intervenção interfere diretamente no uso e a solução adotada está vinculada com prazos e custos também, exigindo procedimentos, máquinas e ferramentas adequadas”, explica a docente de engenharia. Para que se defina o processo de remoção da argamassa, é necessário analisar a quanto tempo foi executada, em que meio se encontra (se em área interna ou externa), e a agressividade do meio em que foi aplicada.

Para João Carlos Gabriel, coordenador do curso de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas, no caso das paredes, é necessário que se avalie se a argamassa existente apresenta aderência à alvenaria. “Caso esta aderência seja excelente, pode-se manter a argamassa e complementar somente as regiões nas quais existe a necessidade de nova argamassa”, orienta o coordenador.

Algumas argamassas são obtidas na obra, como as argamassas para assentamento de tijolos; as argamassas de nivelamento e regularização de superfícies, como o chapisco, reboco e emboço, que também devem conter aditivos impermeabilizantes quando necessário; assim, como os contrapisos, que em alguns casos não devem permitir que a umidade passe de um andar para outro, como nos banheiros e cozinhas, em uma edificação multifamiliar, como em um prédio de apartamentos.  Outras argamassas já são vendidas nas dosagens corretas dos seus ingredientes e servem para fixação das cerâmicas.

Nos casos de impermeabilização das paredes, recomenda-se recobrimento com argamassa contendo impermeabilizante em toda a superfície. Já no caso de pisos e azulejos estufados, existe a necessidade de se remover as cerâmicas e parte da argamassa para que se mantenha o nível. Posteriormente, deve-se recobrir a superfície com argamassa adicional.

 

Cuidados com equipamentos elétricos

Ao se utilizar equipamentos elétricos para a remoção das argamassas, é preciso sempre ter cuidados com as tomadas. O fio elétrico deve ser de excelente qualidade para não aquecer e o mesmo não deve ter emendas. As conexões devem ser feitas com tomadas macho-fêmea. Alguns cuidados são fundamentais durante a remoção da argamassa: “Deve-se sempre utilizar ou cobrar que os profissionais utilizem os EPI”, orienta João. “Depois disso, deve-se tomar muito cuidado para não furar tubulações de água/esgoto e redes de energia elétrica/telefonia/dados”, complementa.

Normas existentes:

 

ABNT NBR 13281 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos;

ABNT NBR 13749 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação;

ABNT NBR 11173 – Projeto e execução de argamassa armada – Procedimento;

ABNT NBR 14081 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas;

ABNT NBR 14992 – A.R. Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas.

 

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