terça-feira, 9 de outubro de 2018

Norma Comentada: ABNT NBR 5738:2015 Versão Corrigida: 2016

Quanto ao procedimento para moldagem, cura e ensaios para determinação da resistência à compressão em concreto, segue-se as orientações da ABNT NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova e ABNT 5739:2018 – Concreto – Ensaio de compressão em corpos de prova cilíndricos.

Os moldes devem ser cilíndricos e ter altura igual ao dobro do diâmetro. O diâmetro deve ser de 10 cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm, 30 cm ou 45 cm, a depender do tipo de concreto e da dimensão dos agregados utilizados. Para concretos convencionais ou compostos por agregados com dimensão máxima característica igual a 25 mm, pode-se utilizar os moldes com dimensões de 10 cm de diâmetro de 20 cm de altura.

Os moldes devem ser de aço ou material não absorvente e que não reaja com o cimento Portland, suficientemente resistentes para manter sua forma durante a operação de moldagem. Deve ser aberto na face superior, o fundo e a lateral devem ser estanques quando fechados e de fácil desmoldagem, para não danificar o corpo de prova. A base do molde deve ser plana, com uma tolerância de 0,05 mm.

Após a amostragem do concreto, de acordo com a ABNT NBR NM 33:1998 – Concreto – amostragem de concreto fresco) durante a qual é registrado a data, hora de adição da água da mistura, o local de aplicação, nota fiscal do lote de concreto, hora da moldagem e o abatimento obtido de acordo com a ABNT NBR NM 67:1998 – Concreto – determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone, deve-se revestir os moldes com uma fina camada de óleo mineral ou desmoldante comercial próprio para esta finalidade, desde que não reaja com cimento Portland.

Os moldes devem ser posicionados em uma base plana e seca, em local definido para permanecer durante as próximas 24 horas, longe de circulação e protegido do sol, respingo d’água e vibrações ou contatos. Para a moldagem dos corpos de prova, se faz uma prévia mistura do concreto já amostrado para garantir a sua uniformidade. Posteriormente, o concreto é introduzido dentro do molde, tendo a quantidade de camadas e golpes para adensamento definidos de acordo com a NBR 5738:2015.

A quantidade de camadas e golpes de adensamento são definidos de acordo com as dimensões dos corpos de prova e o tipo de adensamento (manual ou mecânico). No caso de corpos de prova de 10 cm de diâmetro por 20 cm de altura e adensamento manual, são necessárias duas camadas, sendo cada uma delas adensadas a partir da aplicação de 12 golpes com haste metálica. Os golpes devem ser distribuídos uniformemente na seção transversal do corpo de prova, na primeira camada deve-se tomar o cuidado de não golpear a base do molde. Já nas demais camadas o adensamento deve ocorrer em toda sua espessura e a haste deve penetrar aproximadamente 2 cm da camada anterior.

Deve-se bater levemente na face externa do molde para que os vazios ocasionados pelo adensamento sejam fechados. A última camada deve ser moldada com uma quantidade de concreto de forma que exceda o volume do molde, para que seja possível realizar o rasamento com uma colher de pedreiro ou régua metálica, sem adicionar material após o adensamento. Após a moldagem, os corpos de prova devem ser cobertos por material impermeável não reativo e não absorvente com a finalidade de evitar a perda de água do concreto (membrana plástica).

 

Norma Comentada: Pós moldagem

Durante as primeiras 24 horas após a moldagem, a cura é garantida utilizando-se uma membrana plástica que cubra a superfície do corpo de prova; após esse período, os corpos de prova são desmoldados, identificados e submetidos à cura úmida até o momento do ensaio, sendo acondicionados em solução saturada de hidróxido de cálcio a 23 + 2ºC ou em câmara úmida na mesma faixa de temperatura e umidade relativa do ar superior a 95%. Os corpos de prova devem ficar protegidos de gotejamentos e não devem ficar à ação da água em movimento.

Após o período de cura, as bases dos corpos de prova são preparadas para garantir a planicidade e a perpendicularidade com o eixo longitudinal do corpo de prova. A preparação das bases deve ser realizada por retificação, que consiste na remoção, por meios mecânicos, de uma fina camada de material das bases. Esta operação é executada em máquinas abrasivas adaptadas para esta finalidade por empresas especializadas. Deve-se obter uma superfície lisa e livre de ondulações e abaulamentos.

Após o preparo das bases, deve-se registrar as medidas do diâmetro e a altura dos corpos de prova com o uso de um paquímetro, com exatidão de 0,1 mm. O ensaio para determinação da resistência à compressão axial segue as diretrizes da ABNT NBR 5739:2018. Antes do ensaio, as faces do corpo de prova e dos pratos da máquina de ensaio devem ser limpas e secas a fim de estarem isentas de sujeira, grãos etc. O corpo de prova deve ser colocado na mesma direção em que foi moldado centralizado no prato inferior da prensa, de modo que o eixo do corpo de prova coincida com o eixo da prensa.

O carregamento de ensaio deve ser aplicado continuamente e sem choques, com velocidade de 0,45 ± 0,15 MPa/s e é cessado quando ocorre a ruptura do corpo de prova. Deve-se registrar a carga máxima aplicada para a ruptura do corpo de prova, obter a força máxima alcançadas expressa em newtons, e realizar o cálculo da resistência à compressão utilizando da área em mm². A resistência à compressão axial é expressa em megapascals (MPa).

 

Autor: Rafael Francisco Cardoso dos Santos, pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção Civil do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)

 

Quer saber como funciona um ensaio de resistência à compressão de artefatos de concreto? Veja essa matéria exclusiva do Papo Construtivo: http://www.mapadaobra.com.br/papoconstrutivo/artefatos-de-concreto/

 

 

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