A Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e publicada em agosto desse ano, trouxe mais preocupações sobre o setor. De acordo com os dados levantados com 566 empresas – sendo 191 pequenas, 247 médias e 128 grandes – a atividade da indústria da construção segue fraca, com todos os indicadores de expectativa em queda.
“O que a gente observa analisando os indicadores da sondagem é que, de modo geral, as expectativas tiveram queda, mas a capacidade operacional está melhorando gradualmente em todos os postos de emprego. Em termos de nível de atividade, as pequenas empresas estão aumentando e acelerando mais rapidamente do que as de médio e grande porte”, explica Dea Fioravante, economista da CNI, responsável pela Sondagem Indústria da Construção.
Com relação ao nível de atividade, pela média histórica analisada desde 2012, o indicador apresenta nível 38. As pequenas empresas estão em 37,8, ou seja, muito próximas à média histórica.
Já o que ocorre com as empresas de grande porte, de acordo com a economista, principalmente no setor de construção, é que elas dependem muito de financiamento público e financiamento em longo prazo, o que é uma dificuldade aqui no Brasil. “São obras longas e demoradas que dependem muito de investimento e demoram também para ter valor de mercado”, complementa.
Mesmo com o resultado das pequenas empresas sendo positivo do ponto de vista de capacidade operacional e nível de atividade, a queda desses indicadores relacionados às grandes empresas impacta negativamente o mercado como um todo. Levando em consideração que as grandes empresas do setor hoje trabalham em sua maioria com obras de infraestrutura, o desenvolvimento do país está sendo afetado, de acordo com a economista.
Expectativas
O período de incertezas referentes às reformas econômicas é o principal responsável para o desempenho das expectativas e da confiança. O que ocorre nesse processo de incertezas, também políticas, é que os agentes econômicos tanto relacionados com a demanda quanto com a oferta estão mais cautelosos para realizar qualquer tipo de investimento ou dívidas. Ou seja, o momento pede cautela para solicitar empréstimos ou financiamentos.
“O nível de endividamento das pessoas já está alto e isso compromete os investimentos de pequenas empresas da indústria da construção. O empresário também está muito cauteloso ao pegar um financiamento de longo prazo para fazer um tipo de investimento que vai demorar a ter certo valor de mercado. Nesse cenário, temos notado um comportamento de espera, ou seja, os agentes não estão agindo”, explica Dea Fioravante.
A expectativa da CNI, no entanto, é que qualquer definição nesse cenário já dê um resultado positivo para o mercado, acreditando que os agentes precisam de alguma definição para começar a se planejar.
Indicadores (índices de difusão de 0 – 100 pontos; valores acima de 50 pontos indicam expectativa de crescimento):
Indicador | Agosto.18 | Setembro.18 |
Nível de expectativa | 52,6 | 50,3 |
Novos empreendimentos e serviços | 51,6 | 50,4 |
Compras de insumos e matérias-primas | 51,2 | 49,1 |
Número de empregados | 51,2 | 49,4 |
Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) | 51,8 | 50,8 |
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