domingo, 2 de dezembro de 2018

Prevenção de vazamentos no sistema hidráulico

O princípio básico por trás de qualquer sistema hidráulico é muito simples: a força que é aplicada no ponto A é transferida para o ponto B através de um líquido que, quase sempre, é algum tipo de óleo ou água. O resultado desse movimento resulta na geração do movimento ou força através da pressurização do fluido que culmina no que conhecemos como força mecânica. Segundo a norma  ABNT NBR 5626:1998 que prevê que a avaliação da instalação é baseada em requisitos e critérios técnicos de desempenho para uma dada condição de exposição, expressando condições qualitativas e quantitativas às quais a instalação deve satisfazer às exigências e necessidades dos usuários.

 

O atendimento aos referidos critérios, por sua vez, é verificado através de diversos métodos de avaliação que pode ser laboratorial, analítico, ensaios em protótipos ou em escala real que estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria. As exigências e recomendações estabelecidas dentro da norma NBR 5626 provêm fundamentalmente do respeito aos princípios de bom desempenho da instalação hidráulica e da garantia de potabilidade da água no caso de instalação de água potável.

 

De acordo com o Ronaldo Suzuki, o arquiteto e urbanista da Escola de Engenharia e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da  Universidade Presbiteriana Mackenzie, todos os sistemas hidráulicos devem ter um projeto feito por um profissional habilitado. Qualquer mudança deve ser comunicada, supervisionada e aprovada previamente pelo projetista. “Os profissionais devem seguir os procedimentos técnicos determinados pelos fabricantes e pelas normas técnicas em vigor” aponta Suzuki.

 

Após a montagem do sistema, ele deve ser submetido a testes de pressão, evitando-se problemas antes de se fazer os acabamentos das paredes. Caso não exista um projeto, um correto dimensionamento e uma perfeita execução do sistema hidráulico de acordo com os procedimentos técnicos determinados pelos fabricantes e pelas normas técnicas em vigor, o morador poderá ter surpresas desagradáveis. Confira alguns problemas que podem surgir em decorrência da falta de preparo e atenção durante o processo de instalação:

 

  • Falta de pressão no chuveiro ou em qualquer outro ponto da instalação hidráulica;
  • Variações de pressão e de vazão nos pontos de utilização;
  • Formação de bolsas de ar dentro das tubulações gerando fluxo de água descontínuo;
  • Contaminação da água potável;
  • Sobrepressões gerando o golpe de aríete (causando ruídos e danos na instalação)

Cuidados na instalação do sistema hidráulico

 

Segundo a norma referência, a garantia da qualidade e o bom desempenho têm evidentemente inúmeras decorrências no que tange às responsabilidades dos diversos agentes envolvidos durante a vida útil da instalação, bem como nas relações entre eles. As exigências e recomendações estabelecidas na norma que regulamenta os sistemas hidráulicos devem ser observadas pelos projetistas, assim como pelos construtores, instaladores, fabricantes de componentes, concessionárias e pelos próprios moradores. Antes da execução o profissional deve ter em mãos o projeto detalhado e todas as ferramentas, materiais necessários e equipamentos de proteção individual. “Para a execução de tubulações em PVC soldável são necessários ferramenta para corte das tubulações, lixa média, lápis, estopa, adesivo e solução limpadora recomendados pelo fabricante” orienta Suzuki. Os componentes mais comuns de um sistema hidráulico são tubos, conexões (joelhos e curvas de 45º ou de 90º e tês) e registros (de gaveta e de pressão). A união entre um tubo e uma conexão em PVC se dá por meio de soldagem a frio, usando-se um solvente (“adesivo”) que promove uma reação química e funde as duas peças. Para uma perfeita união entre as duas peças, deve-se seguir as recomendações dos fabricantes:

 

– Não executar sob a ação direta do sol, pois vai haver uma evaporação acelerada do solvente, dificultando o processo de soldagem a frio;

– Utilizar somente os “adesivos” (solventes) indicados pelos fabricantes e dentro do prazo de validade;

– Cortar as tubulações em ângulo reto, mantendo o esquadro (retirar as rebarbas);

– Marcar a profundidade do tubo dentro da bolsa da conexão com um lápis, garantindo que o tubo será introduzido até o fundo da bolsa na hora da união das duas peças;

– Lixar o tubo e a conexão rotacionando-se as peças;

– Limpar as superfícies com a solução limpadora recomendada pelo fabricante;

– Distribuir o solvente de maneira uniforme no tubo e na conexão;

– Encaixar a extremidade do tubo na bolsa da conexão até a profundidade marcada e girar ¼ de volta para espalhar o solvente pelas superfícies;

– Remover o excesso de adesivo com a estopa;

– Evitar choques mecânicos após o processo;

– Aguardar uma hora para encher a tubulação e 12 horas para fazer teste de pressão;

– Não deixar a instalação hidráulica exposta ao sol. A grande variação de temperatura durante o dia vai provocar a diminuição da sua vida útil.

 

Outros problemas decorrentes da instalação incorreta do sistema hidráulico que podem surgir são os vazamentos. Se houver algum vazamento devido a rachaduras ou furos em pontos localizados, deve-se abrir a parede até o ponto com problema e cortar a tubulação para executar o reparo. Para a realização do processo já existe uma luva de correr que possui anéis de borracha, dispensando o uso de solventes (“adesivos”). Desta forma, o reparo é elaborado de maneira rápida e eficaz.

 

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