Que o mercado imobiliário vem se transformando ano a ano é fato. Algumas mudanças podem ser circunstanciais, como o atual crescimento da procura pela locação e reflexo do momento econômico do país. O aumento dos lançamentos de imóveis das construtoras, com formas de pagamento cada vez mais facilitadas, também contribui para o crescimento da compra.
De acordo com Deco Lima, que é consultor em investimentos e estratégias no Mercado Imobiliário de alto padrão, em parceria com a Cyrela, e com especialização pelo Instituto Monitor, o público cada vez maior do mercado imobiliário é o de jovens (solteiros ou casados) que procuram por seu primeiro apartamento. “Em geral, esse tipo de cliente valoriza bastante a localização do imóvel, sempre procurando por regiões centrais ou de alta concentração de opções de entretenimento e de transporte público”. Essa clientela normalmente procura por apartamentos de 1 ou 2 dormitórios ou studios (flats). E por mais que a preferência, nesse caso, tenda a ser pelo aluguel, ainda existe público disposto a um financiamento para adquirir o imóvel próprio. “O grande número de investidores a procura desses imóveis menores também tem aumentado, aproveitando a oportunidade do crescimento tão esperado do mercado imobiliário”, destaca.
Atualmente, as unidades de 2 quartos estão sendo projetadas, em média, com 45m2 a 70m2 de área construída. Já os apartamentos de três quartos tendem a ter de 70m2 a 150m2. O especialista em estratégias no mercado imobiliário destaca que causas desse encolhimento são diversas: “Nos centros urbanos, há cada vez menos espaço, fazendo com que os prédios sejam menores. Além disso, as construtoras buscam maximizar seus lucros, construindo mais unidades por empreendimento”, aponta Deco. “Outras mudanças, no entanto, parecem ser tendências estabelecidas e que, portanto, devem se tornar regra. Aí entra, por exemplo, a desvalorização de imóveis em grandes condomínios, com áreas de lazer compartilhadas por muitos moradores”, destaca. E entram novos tipos de empreendimentos com projetos de unidades menores em regiões centrais ou com fácil acesso, como o caso dos novos modelos de empreendimentos modernos como os cohousing que são comunidades intencionais de casas particulares dispostas em torno do espaço compartilhado e os colivings são casas compartilhadas com a maioria dos espaços de convivência comum, alguns com opções de lazer e trabalho (coworkings) dentro do próprio espaço, o que torna esses novos modelos cada vez mais atrativos para jovens que já estão estabelecidos profissionalmente e desejam sair da casa dos pais, porém ainda não querem financiar um imóvel próprio.
De acordo com o Deco, o mercado imobiliário ficou em baixa em média 2 anos. Esse é o fator das construtoras com pouco estoque devido a pouca quantidade de lançamentos. “Já estamos sentindo no mercado esse aumento e confiança do público e de investidores e a expectativa é muito boa”. Além disso, ele também prevê que o setor imobiliário tenha estabilidade a partir do ano de 2020, mas este ano também deverá ser bastante promissor para venda de imóveis.
Para entender como as mudanças no comportamento da demanda estão abrindo espaço para novos tipos de modelos de empreendimentos, acesse a matéria sobre cohousing e coliving: https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/cohousing-coliving/
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