Atualmente, existem diversos tipos de concreto elaborados pelas concreteiras. Cada um desses concretos faz sentido para determinado tipo de obra. Concreto convencional, bombeável, celular, leve, autoadensável e de alto desempenho, são alguns exemplos dos tipos utilizados nas obras brasileiras. Conheça as diferenças do concreto autoadensável e do concreto de alto desempenho:
Concreto Autoadensável
O concreto autoadensável (CAA) é um material caracterizado por dispor de elevada fluidez no seu estado fresco. É um compósito que apresenta a capacidade de escoar pelas fôrmas exclusivamente pela ação de seu próprio peso na presença, ou não, de obstáculos. A utilização desse tipo de concreto dispensa a necessidade de processos de compactação e adensamento através de vibradores.
Na dosagem, faz-se a necessário a incorporação de aditivos superplastificantes, responsáveis por promover a elevada trabalhabilidade. Ainda, necessita-se de um teor de argamassa maior do que os concretos convencionais e cuidados especiais quanto a granulometria dos agregados, principalmente na escolha dos finos que irão compor esse concreto. Esses requisitos básicos, promovem grande fluidez e são responsáveis por manter o concreto estável, sem riscos de segregação e/ou exsudação.
Pode ser utilizado na concretagem qualquer elemento estrutural, entretanto é muito vantajoso para aplicação em locais de difícil acesso e estruturas densamente armadas.
Concreto de Alto Desempenho
Já o concreto de alto desempenho (CAD) é um material dosado com o intuito de proporcionar melhorias na durabilidade das estruturas. Comumente limita-se o CAD como um compósito de elevada resistência mecânica. Entretanto, além disso, sua dosagem proporciona baixa porosidade, redução da permeabilidade de água e agentes agressivos e elevada resistência mecânica. Visando atender esses requisitos geralmente faz-se o uso de adições minerais. Embora não exista um consenso, adota-se um fck mínimo de 40 MPa.
A utilização desse tipo de concreto é indicada para estruturas submetidas a ambientes agressivos como por exemplo ambientes marinhos, plataformas de petróleo, indústrias químicas, estações de tratamento de esgoto, etc.
Diferenças
Concreto autoadensável:
Necessita de: maior teor de finos, incorporação de aditivos superplastificantes, agregados bem selecionados, reforço nas fôrmas devido a maior pressão que o CAA gera.
A sua implementação: dispensa a necessidade da etapa de compactação do concreto, pode diminuir a ocorrência de ninhos de concretagem (bicheiras), melhora o acabamento das peças moldadas, reduz tempo e a quantidade de profissionais para o processo de concretagem. Em sua grande maioria, o custo por metro cubico do concreto autoadensável é mais elevado ao comparar com concretos convencionais, porém esse aumento é compensado pelos benefícios citados anteriormente.
Concreto de Alto Desempenho:
Necessita de: dosagem especial quanto a seleção e proporcionamento dos insumos, uso de adição mineral, menor relação agua/cimento. Também é necessário cuidado especial quanto ao calor de hidratação liberado e a menor capacidade de deformação.
A sua implementação: proporciona elevada resistência mecânica e redução da porosidade e permeabilidade do concreto, possibilitando sua utilização em meios agressivos. Quando comparado com o concreto convencional, o CAD apresenta maior resistência ao ataque de agentes agressivos proporcionando maior durabilidade e vida útil das estruturas.
Normas e especificações:
- ABNT NBR 15823-1:2017: Concreto autoadensável – Parte 1: Classificação, controle e recebimento no estado fresco;
- ABNT NBR 15823-2:2017: Concreto autoadensável – Parte 2: Determinação do espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual – Método do cone de Abrams;
- ABNT NBR 15823-3:2017: Concreto autoadensável – Parte 3: Determinação da habilidade passante – Método do anel J;
- ABNT NBR 15823-4:2017: Concreto autoadensável – Parte 4: Determinação da habilidade passante – Métodos da caixa L e da caixa U;
- ABNT NBR 15823-5:2017: Concreto autoadensável – Parte 5: Determinação da viscosidade – Método do funil V;
- ABNT NBR 15823-6:2017: Concreto autoadensável – Parte 6: Determinação da resistência à segregação – Métodos da coluna de segregação e da peneira;
- ABNT NBR 12655:2015 Versão Corrigida:2015: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento;
- ABNT NBR 6118:2014 Versão Corrigida:2014: Projeto de estruturas de concreto — Procedimento
- Desempenho de edificações habitacionais – ABNT NBR 15575:2013
Em ambos os casos, é aconselhável consultar profissionais capacitados ou especialistas no assunto, bem como as entidades do setor, a fim de obter melhor entendimento entre projetistas, construtora e concreteira, além de fiscalizar a produção do concreto a ser fornecido.
A etapa de controle de qualidade é fundamental para garantir o melhor concreto para a sua obra. Veja aqui: https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/corpo-de-prova-do-concreto-como-realizar-teste/
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