Antes de se começar qualquer tipo de obra, é necessário realizar corretamente um estudo técnico e de viabilidade financeira para comparar as possíveis soluções de sistemas construtivos que podem ser adotados no empreendimento. Como exemplo, na fase de anteprojeto é comum que as construtoras realizem estudos comparativos entre diferentes métodos construtivos, tais como: sistemas em alvenaria estrutural ou concreto armado; laje maciça ou pré-moldada; bem como em projeto de fundações, após soluções recomendadas por projetistas, como exemplos: em estaca hélice contínua, sapatas ou estaca raiz.
A análise desses estudos serve para indicar a viabilidade ou não de determinado sistema, impactando de maneira significativa no orçamento, planejamento e execução da obra, interferindo nos prazos, quantidade de materiais, mão de obra e, consequentemente, nos custos de seus empreendimentos.
Na Consciente Construtora, por exemplo, é comum a realização destes estudos e o uso de seus resultados para se chegar à melhor escolha. Em uma de suas recentes obras, localizada em Goiânia, após suportes de conceituados projetistas, a construtora fez um estudo comparativo para escolha da fundação da obra e também do tipo de contenção que seria utilizada.
Orçamento de obra: fundações e contenções
Logo no início do projeto, após as recomendações de projetistas de fundações, a Consciente Construtora começou a estudar qual tipo de fundação e qual tipo de contenção seriam utilizadas para sua obra de grande porte. Entre as soluções em fundações e contenções, havia três comparativos:
Solução 1: fundação em rádier estaqueado (hélice contínua) + contenção em perfil metálico + laje de subpressão com execução de cortina;
Solução 2: fundação em sapata e estaca raiz + contenção em estaca secante + laje de subpressão (concreto e aço);
Solução 3: fundação em sapata + parede diafragma.
A solução adotada pela construtora foi a terceira. Em termos de custos, ela foi a mais racional e econômica, gerando uma economia de mais de R$ 1.700.000,00. A alternativa em fundação direta, no caso em sapatas, foi viabilizada por recomendação do projetista de fundação, levando em consideração o solo compacto da região, identificado em todos os ensaios de sondagem realizados. “Definimos isso porque o solo do empreendimento é muito compacto, duro, o que inclusive foi uma das grandes vantagens para implantarmos a solução em contenção em parede diafragma, por essa característica de compacidade e impenetrabilidade do solo. Ao final da parede, se chega a uma camada muito dura, praticamente impermeável, e isso também foi uma grande vantagem para a fundação do prédio – que é alto e possui cargas elevadas. Se o solo não tivesse essa competência, provavelmente, a solução adotada seriam estacas profundas, de grandes diâmetros, de 20 a 30 m de profundidade”, conta o engenheiro civil e coordenador de obras da Consciente Construtora, Leonardo Menezes. “Salientando também que será realizado o controle e acompanhamento de recalques durante todo o ciclo da estrutura, monitorando os dados e limites de projeto”, complementa.
Confira aqui a planilha com os resultados deste estudo comparativo de fundações.
Parede diafragma
A escolha da parede diafragma também foi uma solução mais racional e sustentável para a companhia. “A alternativa adotada, considerada inovadora na região Centro Oeste, foi escolhida por gerar o menor impacto ambiental e o menor impacto com relação à vizinhança e a comunidade em geral, pois, além de não haver rebaixamento do lençol freático, não altera o sistema hídrico da região, trabalhando exclusivamente dentro do perímetro interno da obra, sem nenhum tipo de intervenção externa’’, explica Menezes. No entanto, antes de escolher essa solução, a construtora fez uma comparação entre os dois sistemas abaixo em termos de contenção:
Solução 1: estaca hélice + laje de subpressão;
Solução 2: parede diafragma.
“Na primeira planilha foi feita a análise da solução em parede diafragma comparando com o sistema convencional, adotado em alguns empreendimentos já existentes em Goiânia, que seria uma trincheira, com um bombeamento permanente para a trincheira projetada (que teria até um custo de compensação ambiental). Esse comparativo, juntamente com o outro, nos fez chegar à conclusão da viabilidade da parede diafragma”, explica Leonardo Menezes.
A solução que não foi adotada necessitaria da realização de um bombeamento permanente. “Neste caso, para não ter bombeamento permanente, o comparativo seria de parede diafragma ou um sistema de estacas justapostas com a drenagem efetiva, com material específico, com a laje de subpressão”, complementa o engenheiro.
Na ocasião desses estudos, o sistema de bombeamento permanente ainda era permitido em Goiânia, porém, a legislação mudou e não há mais a opção por esse caminho. A execução do bombeamento permanente consistia em construir um subsolo abaixo do nível do lençol freático onde teria uma quantidade de bombas submersas canalizando em uma trincheira, devidamente autorizada pelo órgão ambiental vigente.
O estudo comparativo realizado, no entanto, evidenciou que a solução em parede diafragma além de ser a mais racional e sustentável, pensando na vida útil do empreendimento e na sua operação, apresentou um custo menor. Sua economia, no caso desse projeto, quando comparada à solução de laje de subpressão, chegou a mais de R$ 500.000,00.
Confira aqui a planilha com os resultados deste estudo comparativo de contenções.
Quer saber mais sobre as diferenças entre sapata corrida e estaca hélice contínua? Confira aqui:
https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/fundacao-estaca-helice-continua-x-sapata-direta/
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