Um dos maiores gaps dos proprietários das lojas de materiais de construção está diretamente relacionado à formação de preços. Com dificuldades para estipular uma metodologia adequada que forneça uma margem de lucro interessante para o negócio, muitas vezes, as lojas de materiais de construção funcionam apenas para pagar as próprias despesas.
A precificação de produtos na loja de materiais de construção envolve diversos fatores e muitas variáveis principalmente quando está relacionada aos custos operacionais para se realizar uma venda que é muito diferente em outros segmentos.
De acordo com Cláudio Araújo de Lima, diretor do Sincomavi, o lojista precisa ter certeza dos custos tanto de aquisição quanto de venda e se ele acredita que o total do faturamento vai resolver todos esses custos, além de ter a sorte dos compradores escolherem tais produtos, afinal, tudo o que importa mesmo é o rendimento líquido, “se for o suficiente tudo bem, mas se não for, é preciso ter 8% de margem líquida e isso deve ser trabalhado em toda a categoria de produtos, mas a margem de lucro dos produtos nunca é uniforme”, aponta.
Os produtos estão divididos em duas categorias: material CIF (custo, seguro e frete) e FOB (é o comprador que assume os riscos de transporte) e, por isso, antes de definir o preço final do produto, é extremamente necessário identificar quais custos estão envolvidos neste processo de aquisição. “Isso envolve volume de aquisição que você tem desse produto e também uma fórmula bem complexa que, às vezes, o lojista não tem esse cuidado na hora de fazer a formação de preços”, aponta.
No processo de formação de preços de produtos, mais conhecido como precificação, é necessário que o lojista de materiais de construção considere alguns fatores muito importantes, tais como: o perfil do público; os materiais com mais saída e credibilidade no mercado; além da demanda por determinado produto. No segmento de materiais de construção, além de se ter todo o trâmite de custos na aquisição de produtos que vão desde o regime tributário, valores com frete ou transporte, até o formato de venda, isso impacta diretamente nos valores a serem repassados para o consumidor, como por exemplo:
– Categoria do material;
– Custos envolvidos na aquisição;
– Regime tributário/impostos;
– Custo operacional;
– Formato de venda (cartão, parcelado ou à vista).
Com relação aos custos relacionados ao regime tributário, que pode ser simples, presumido ou real, o diretor do Sincomavi orienta que para cada um, o preço de venda é estabelecido de forma diferente “no presumido e no real há uma similaridade quanto aos créditos de PIS/COFINS, então, você tem primeiro na formação de preços de venda os custos de aquisição, onde além dos custos de impostos, você tem o custo de transporte e logística”, destaca.
Partindo dos custos de aquisição, é preciso ir para o custo da empresa, porque o lojista tem o custo operacional da empresa total e ainda existe o custo operacional do item, que é diferente para cada categoria. Por exemplo, a categoria de ferragens é diferente da categoria de itens de materiais básicos e outros custos, como equipamentos para transportar esses itens para o estoque da loja e também o custo com a hora do funcionário responsável pelo transporte, consumo de combustível, entre outros valores embutidos neste processo.
“Tudo isso está envolvido na formação de preço de venda e, muitas vezes, o empresário na hora de fazer esse cálculo pensa só no produto na loja dele e não leva isso em consideração”, aponta Cláudio. “Fora tudo isso, nós temos os custos financeiros, que é a venda pelo cartão de crédito e débito, então, eu tenho que ter esse cuidado na hora da formação do preço de vendas porque eu não sei, no final das contas, de que forma o cliente vai pagar”, complementa.
Ainda, de acordo com Cláudio, muitos lojistas não levam em conta todos os custos que a empresa tem e por isso não conseguem acompanhar o preço de mercado, acabando pela necessidade de fechar as portas da própria loja. “O empresário começa a ignorar esses fatores e quando vai fazer o DRE e apurar as vendas e o estoque para ver os resultados, ele não consegue entender porque ele não consegue ter lucros”, esclarece.
A curva ABC é essencial para compreender quais itens o lojista deve ter em estoque, entenda: https://www.mapadaobra.com.br/gestao/curva-abc/
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