terça-feira, 7 de julho de 2020

Confiança da Construção apresenta melhores resultados em junho

Desde o início da pandemia da Covid-19, a construção civil, como as diversas atividades econômicas do país, está sofrendo com as incertezas nos negócios. Com o aumento do desemprego, as chances de se investir em uma nova moradia ou em reformas estruturais por parte dos consumidores foram reduzidas, e a prova disso veio nos últimos índices que mensuram a confiança da construção.

De acordo com os levantamentos de junho feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no entanto, o Índice de Confiança da Construção (ICST), apresentou a maior variação positiva da série histórica, 9,1 pontos, ao atingir 77,1 pontos. Apesar da melhora da confiança pelo segundo mês consecutivo, apenas recupera 43% das perdas ocorridas entre março e abril.

“Todas as sondagens empresariais divulgadas até agora estão mostrando que na medida em que está havendo a abertura das atividades, a expectativa está melhorando. Na hora que a gente olha outro componente, que é da situação atual, a gente vê que ele caminhou muito menos. No primeiro momento, podemos visualizar que houve uma redução do pessimismo. Mas o quadro ainda é de muita incerteza. Então, a gente tem que ver de uma forma positiva o resultado da sondagem de junho, mas com cautela”, destaca Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE.

 

Expectativas e Indicador de Situação Atual

O documento ainda traz novas pontuações importantes feitas pela coordenadora: “A segunda alta consecutiva do indicador de expectativas confirma uma percepção mais favorável em relação aos próximos meses. Outro destaque positivo foi a inflexão do Indicador de Situação Atual. Vale notar que ainda é um quadro muito difícil: a insuficiência de demanda é a maior limitação à melhoria dos negócios em todos os segmentos do setor. Apesar da abertura das empresas e estandes de venda na maioria das cidades do país, a deterioração do quadro fiscal, do emprego e da renda não favorece a demanda. De todo modo, face às incertezas que ainda prevalecem, é cedo para estabelecer o início da recuperação da atividade,” avaliou Ana Maria Castelo.

Quando se olha para o ICST, é possível constatar que seu resultado decorre da melhora da percepção dos empresários em relação à situação atual e do pessimismo em relação aos próximos meses. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 13,5 pontos para 83,2 pontos. Apesar de apresentar a maior variação mensal da série histórica, o IE-CST ainda se encontra 21,0 pontos abaixo do valor observado em janeiro (104,2 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios apresentaram alta semelhante (13,5 pontos e 13,6 pontos, respectivamente), e permanecem em nível parecido: 83,1 pontos e 83,5 pontos.  

Agora, ao observar o Índice de Situação Atual (ISA-CST), vemos um aumento mais conservador, de 4,7 pontos, levando à 71,5 pontos, após três meses de quedas consecutivas, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas ocorridas pela pandemia. O documento avalia ainda que, em junho, a alta de 6,2 pontos do indicador de situação atual dos negócios, para 71,0 pontos, foi a que mais contribuiu para o resultado do ISA-CST, ainda que o patamar continue baixo em termos históricos. 

 

Atividade do setor da construção 

De acordo com a Sondagem da Construção, o Índice de Nível de Atividades da construção refletiu o impacto da Covid-19 no setor. Nos meses de abril e maio, a queda do indicador (com ajuste sazonal) somou 28,1 pontos recuperando apenas 3,4 pontos em junho. Apesar da mudança da tendência, a atividade ainda se mantém distante do patamar alcançado no ano passado, o que pode ser observado em todos os segmentos setoriais. “No caso da construção, a gente está falando de um setor que trabalha por ciclos. Existem as obras que iniciaram as atividades ou se não paralisaram, diminuíram o ritmo. Isso deve fazer com que nos próximos meses, se não houver uma segunda onda, a atividade comece a ser retomada gradualmente. Nós tínhamos um processo de retomada em curso, esse sim, foi postergado – a questão das empresas postergarem novos lançamentos. A construção deve registrar uma retomada da atividade, mas o ciclo esperado deve ser jogado mais para frente, no caso do mercado imobiliário”, explica Ana Maria Castelo. 

 

Quer saber mais sobre os impactos da Covid-19 para o setor? Confira: https://www.mapadaobra.com.br/negocios/pandemia-construcao/

 

 

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