A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) divulgou no final de junho, os resultados do seu Termômetro, medido mensalmente. De acordo com os dados, 34% das empresas associadas consideram que o desempenho nas vendas em maio foi bom ou muito bom. Para junho, a expectativa dessas mesmas empresas subiu para 44%, enquanto 43% delas esperavam um período regular. Analisando o mês de julho, as indústrias respondentes permanecem com as mesmas expectativas, sendo que 44% esperam resultados de vendas com desempenho bom ou muito bom.
De acordo com o levantamento, quando perguntadas sobre as expectativas sobre das ações governamentais, as muitas medidas propostas pela indústria e já adotadas começam a causar efeito positivo na percepção das empresas. No mês de junho, 26% das empresas estão otimistas com as ações para os próximos 12 meses. No mês anterior, 13% estavam otimistas – o que demonstra uma alta de 13%.
Já outro destaque da pesquisa está na pretensão de investimentos no médio prazo. Apesar dos impactos da crise, essa pretensão subiu de 43%, em maio, para 52% em junho. O nível de utilização da capacidade instalada também apresentou um aumento. Em maio, era de 53%, e em junho, o uso dessa capacidade instalada foi de 64%.
O Mapa da Obra conversou com o Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT, para entender quais as expectativas para o setor em termos de resultados. Confira a seguir:
Mapa da Obra – Qual a expectativa da ABRAMAT com relação aos resultados deste ano, considerando o impacto da pandemia?
Rodrigo Navarro – A expectativa é de redução da previsão original de crescimento feita em janeiro (4%), após os crescimentos de faturamento verificados no setor em 2018 (1%) e 2019 (1,6%). Estamos aguardando a divulgação de mais dados oficiais para que a FGV possa fazer uma estimativa mais acurada sobre os impactos. Provavelmente, teremos uma projeção para divulgar no mês de julho.
Mapa da Obra – E com relação ao segundo semestre? Podemos esperar uma melhora?
Rodrigo Navarro – Entendemos que sim, provavelmente teremos uma melhora. Claro que também há incertezas, como riscos de uma “2ª onda” e de um “abre e fecha” de atividades. Mas estamos relativamente otimistas, acreditando pelos indicadores que temos e das pesquisas com nossos associados, que os piores resultados já devem ter sido os do 2º trimestre.
Mapa da Obra – A capacidade ociosa da indústria pode gerar uma ruptura com relação ao varejo dos materiais de construção?
Rodrigo Navarro – Não, inclusive, em muitos casos, a retomada das atividades está acontecendo de forma mais acelerada e a capacidade ociosa das fábricas voltando próximo ao patamar de antes da crise.
Mapa da Obra – Como a indústria pode se portar para reduzir os prejuízos financeiros e manter os empregos?
Rodrigo Navarro – A indústria fez uma série de propostas ao Governo e houve a implementação de muitas delas. Assim, todas as medidas possíveis estão sendo tomadas dentro do ambiente regulatório vigente para que a saúde das pessoas seja priorizada e também a saúde financeira das empresas, pois disso depende emprego e renda de muitos trabalhadores. A definição da indústria e comércio de materiais de construção, assim como as obras, como atividades essenciais, foi outro ponto que ajudou nesse momento crítico. Agora, nossas atenções com relação aos efeitos da crise se somam aos cuidados que teremos de ter no pós-crise, para que essa retomada seja feita com cuidado e sucesso.
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