quarta-feira, 1 de julho de 2020

Planejamento de carreira: como o engenheiro pode se preparar para o futuro

Apesar das previsões de um cenário relativamente estável no final de 2019 e começo de 2020, o ritmo baixo do crescimento econômico e os possíveis impactos da covid-19 no futuro do setor da construção civil tem causado preocupação – e, por consequência, no emprego dos engenheiros, principalmente para aqueles que se formaram recentemente e tinham a intenção de se inserir agora no mercado de trabalho. Por isso, é fundamental fazer um planejamento de carreira a médio e longo prazo.


São muitos os impeditivos: juros elevados, empresas quebrando com o desgaste do mercado de trabalho,a previsão de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por conta da crise na saúde, desajuste nas contas públicas, além da baixa confiança de empresários, pequenas e grandes construtoras e também dos consumidores na economia.


No entanto, a construção civil tem experimentado, nos últimos anos, dar chances aos benefícios e melhorias que a inovação e a tecnologia podem trazer ao mercado. Prova disso é o crescimento no número de construtechs no Brasil. “Fiz pós-graduação em BIM (Modelo da Informação da Construção) e com isso vi o quanto a construção civil está em processo de evolução constante, estamos sempre em busca de inovações e soluções mais inteligentes para otimizar a forma de construir. Com isso, conseguimos abrir um leque de novas áreas dentro de construtoras, que vão desde um especialista em BIM até mesmo um BIM Manager”, destaca Débora Venâncio Silveira Brandão, engenheira de Projetos na Consciente Construtora.

 

Profissional precisa se capacitar para se destacar no mercado


Uma grande vantagem do profissional de engenharia é que ele sempre poderá voltar-se para áreas de gestão de dados e estratégia de negócios. Porém, para se destacar, é muito importante o engenheiro realizar um planejamento de carreira para se preparar para o futuro.


Em contrapartida, outra particularidade deste mercado é que as grandes empresas ainda demandam por profissionais tenham capacitação diferenciada e habilidade em lidar com pessoas – exatamente as que passam, hoje, pelas maiores dificuldades do setor. Isso acaba deixando os engenheiros recém-formados apreensivos, principalmente aqueles que pretendem fazer carreira em grandes construtoras.


De acordo com Marcello Nitz, engenheiro acadêmico e pró-reitor acadêmico do Instituto Mauá de Tecnologia, neste momento todos devem estar repensando suas carreiras e avaliando quais as competências exigidas no mundo do trabalho pós-pandemia. “Percebeu-se que a efetiva atuação colaborativa dos profissionais é mais importante do que o compartilhamento de locais físicos”, orienta.


“Estamos trabalhando com um mercado que exige do engenheiro a capacidade de buscar soluções adequadas a todo momento, sobre diversos assuntos. Tais soluções precisam sempre englobar o “macro”, ou seja, a pessoa precisa ser capaz de enxergar tudo que envolve aquele problema antes de dar alternativas para solucionar e hoje existem ferramentas que já são capazes de nos ajudar quanto a isso”, ressalta Débora Brandão.

Faltam profissionais com habilidades de liderança


Com toda a demanda pelos cursos de engenharia na última década, ainda faltam no mercado profissional os engenheiros com perfil de liderança e com proficiência (domínio) da língua inglesa – e isso vale tanto na construção civil como para outras áreas de gestão e negócios. Além das três competência já exigidas no mercado: a primeira é a capacitação técnica, ou qualificações próprias ao cargo de engenheiro como cursos e certificados – nacionais e internacionais, também é importante que esse profissional de engenharia sempre com a boa vontade para aprender ainda mais e faça um bom planejamento de carreira para que ele consiga ser competitivo no mercado de trabalho. Porém, o cenário atual não deve desanimar quem busca por uma boa colocação no mercado. Pelo contrário, esse é o momento ideal para buscar se atualizar com as tendências através de cursos e de conteúdos especializados.

BÔNUS: Previsões para o futuro do profissional no mercado


A recomendação de Nitz, portanto, é no sentido de desenvolvimento de competências adjacentes e complementares à sua área de atuação profissional, de modo a ampliar a visão sistêmica. “Também não podem ficar de fora as competências socioemocionais”, enfatizou. O aprimoramento constante, experiência (mesmo que seja em um estágio) e capacidade de aprender cada vez mais rápido são fundamentais para quem quer se destacar no setor da construção civil, isso vale tanto para os novos profissionais quanto para o profissional do futuro.
“É necessário grande capacidade de adaptação e resolução de conflito entre as diversas disciplinas existentes na engenharia. É preciso desenvolver a capacidade de análise crítica e visão progressiva dos projetos e suas interferências entre um e outro, assim como na obra”, destaca também Bruna Araújo Sattler, arquiteta de projetos na Consciente Construtora.


Os desafios trazidos pela pandemia também mostraram a necessidade de se atuar de forma transdisciplinar, ou seja, considerando os vários aspectos relacionados a um determinado problema. “Se cada um olhar apenas pela ótica da sua competência técnica, sem ponderar outras implicações, poderá não estar contribuindo para uma solução efetiva de problemas complexos. Bem-sucedido será aquele que souber estabelecer nexos, ligações colaborativas eficazes”, destaca. 

 

Conheça as tendências e processos construtivos que estão transformando o setor:

https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/5-tecnologias-para-construcao/

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