Com forte impacto na construção civil, o mercado imobiliário tem apresentado bons resultados no início de 2019. Com mais lançamentos imobiliários e resultados positivos em vendas, a perspectivas para o setor é de crescimento até o final do ano. Porém, além do mercado imobiliário, o setor de infraestrutura é um dos responsáveis por alavancar os resultados da construção civil devido à importância que tem no desenvolvimento da construção.
Este setor, no entanto, está sofrendo há alguns anos os impactos da recessão econômica. Com obras de infraestrutura paralisadas, que envolvem grandes construções de mobilidade urbana, como rodovias e aeroportos, além de obras básicas, de saneamento e creches, 2019 ainda não é o ano em que esse segmento deve apresentar resultados expressivos e aquecimento – levando em consideração que muitos leilões e concessões ocorreram e as obras estão em fase de projeto.
O mercado imobiliário, logo, se torna o principal responsável por garantir que a construção civil não feche o ano negativamente. “O setor da construção é consequência do mercado imobiliário. Se o mercado imobiliário aquece, se percebe claramente que todo o setor da construção também aquece e se movimenta novamente. Nós passamos por dois anos mais difíceis, mas esse ano claramente o mercado deu uma retomada muito forte”, acredita Ricardo Teixeira, diretor da Urbs – imobiliário com atuação em Goiânia. No entanto, ele destaca que a participação da infraestrutura para os resultados da construção civil também é bastante significante: “O primeiro grande investimento de escora do país é a infraestrutura, mas a gente está num patamar de crescimento de estruturas muito pequeno. Todas as nossas rodovias e aeroportos estão também aguardando o crescimento do país para se desenvolver”, complementa.
O que influencia o mercado imobiliário?
Nos últimos anos, a recessão econômica e o aumento do desemprego foram fatores determinantes para os resultados negativos da construção civil. “Por mais que se tenha uma demanda muito grande pelo mercado imobiliário, ela fica aguardando enquanto está insegura porque não tem emprego e quer evitar fazer um investimento de longo prazo sem ter a certeza de que o país está crescendo”, explica Ricardo Teixeira.
A demanda por imóveis, apesar disso, existe no Brasil e é latente. “O setor da construção civil este ano está caminhando em sentido à retomada, tanto na atividade como um todo, na empregabilidade, no desenvolvimento de novos projetos, como também na recuperação de preços, mais especificamente agora no mercado imobiliário em si”, analisa Leonardo Pissetti, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). “O setor do mercado imobiliário está muito otimista, acredito que esteja vindo mais ou menos o dobro de empreendimentos do cenário ano passado”, complementa o representante da Ademi-PR.
Outro ponto destacado por Ricardo Teixeira, de Goiânia, é referente ao momento do bônus demográfico que ainda vive o país. “A população economicamente ativa é superior a de idosos e crianças e essa é uma demanda natural do país até 2040. Você tem uma população jovem e um país onde mais gente nasce do que morre, com projeção de que isso se mantenha até 2040”, ressalta positivamente, o representante da Urbs.
Com relação aos financiamentos imobiliários, a queda da taxa SELIC é positiva para que os juros não afetem tanto o consumidor. “Agora, claramente, com uma redução da taxa SELIC, que vai bater a patamares de 6%, o que faz com que caia a taxa por financiamento imobiliário e, consequentemente, já impulsiona uma demanda muito grande de novos compradores que, até então, não conseguiam comprar porque o crédito era caro”, explica Ricardo. “Todos esses fatores criaram um movimento muito grande no mercado imobiliário e com a situação atual do país crescendo, pode-se voltar a impulsionar. Isso sim é o grande motor para o mercado imobiliário”, complementa o representante da Urbs.
Dados do mercado imobiliário
Segundo dados dos Indicadores ABRAINC | FIPE, publicados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, os lançamentos de imóveis no período de maio somaram 8.135 unidades. No acumulado do ano, considerando janeiro a maio de 2019, os lançamentos foram de 27.878 unidades. Esses resultados, comparando o mesmo período de 2018, apontam um crescimento de 4,1%. As vendas de imóveis, de acordo com o indicador: foram 10.134 unidades vendidas no último mês e, no acumulado de 2019, esse número salta para 45.016.
Leonardo Pissetti, presidente da Ademi-PR, acredita que o mercado imobiliário na região deva crescer em 50% quando comparado ao ano passado. “Tirando a faixa do Minha Casa, Minha Vida, que é um programa que está em transição, acredito que todos os setores devam apresentar crescimento. A classe média é sempre a mais afetada, que seriam os imóveis de R$ 400 a R$ 700 mil, essa linha sofre um pouco mais, então, pode ser que ainda não apresente um resultado tão favorável”, destaca.
Os Indicadores Abrainc/Fipe do Mercado Imobiliário são desenvolvidos e calculados pela Fipe em parceria com a Abrainc, com base em informações disponibilizadas pelas incorporadoras associadas. A metodologia completa está disponível em www.fipe.org.br
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