O PIB da Construção está apresentando resultados positivos ao final de 2019, o que não ocorre desde o início da recessão econômica no Brasil. No início do mesmo ano, no entanto, as expectativas da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) eram mais altas e os resultados não se refletiram. Porém, ainda assim, o varejo de materiais de construção cresceu 5% e foi um dos responsáveis por alavancar os resultados do PIB da Construção.
“O setor começou a se reequilibrar novamente a partir de julho e os números passaram a serem superiores aos obtidos em 2018”, enfatizou Reinaldo Pedro Correa, presidente do Sincomavi. Entre os segmentos que fazem parte da indústria da construção civil, os melhores resultados vieram da autoconstrução, depois disso, a segunda área que se destacou foi a infraestrutura e o mercado imobiliário, mesmo apresentando um número mais alto de lançamentos, principalmente, em São Paulo, não houve um reflexo nas vendas e não significou um número expressivo.
Resultados do varejo de materiais de construção em 2019
O volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção cresceu 5% no acumulado de 12 meses, de acordo com dados da Anamaco publicados em novembro de 2019. No ano, a variação já é de 4%. A produção física de materiais de construção é um indicador importante utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para fazer a estimativa do PIB da Construção e ele cresceu 2,1% em relação a setembro de 2018, registrando variação de 1,8% ao ano. As famílias correspondem a 52% da demanda final de materiais de construção de acordo com dados da FGV/Abramat.
Entre os principais destaques dos materiais de construção mais utilizados está o cimento, pois ele está na base da produção e atinge também os pequenos construtores. Em outubro, as vendas de cimento para o mercado interno cresceram 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior (2018).
O PIB da Construção em 2019 interromperá uma série de cinco anos em queda. “Os números recém-divulgados referentes ao terceiro trimestre destacam o crescimento acima do esperado pela maioria dos consultores econômicos de 0 a 6% e o principal responsável foi o setor da construção civil”, destaca Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No primeiro trimestre deste ano o setor registrou sua primeira alta, e o resultado do terceiro trimestre foi ainda mais excepcional, de tal modo que agora o acumulado no ano é um crescimento total de 1,7%, considerando os três trimestres se comparando ao mesmo período do ano anterior.
Expectativas para o varejo em 2020
De acordo com Reinaldo Pedro Correa, presidente do Sincomavi, a concorrência deve aumentar sensivelmente em 2020 por conta de novos investimentos programados por grandes redes varejistas, amadurecimento do comércio eletrônico do setor e maior incidência de venda direta por parte dos fornecedores. “Dessa forma, o empresário do segmento precisa ficar atento, planejar e buscar o seu caminho nesse cenário desafiador”, destaca. Além disso, o setor possui uma atuação muito ampla, que tem aumentado dia a dia. As projeções apontam para um crescimento de 5% nas vendas do setor em relação a 2019. Mas, para que isso ocorra, será preciso que exista um clima de maior tranquilidade nos planos interno e externo. “Ou seja, estabilidade política, aprovação de reformas, incentivo ao empreendedorismo, segurança jurídica, redução nos atritos comerciais entre EUA e China e retorno dos investimentos”, apontou Reinaldo.
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