Mesmo antes da pandemia o setor da construção já começava a articular-se na busca por novos sistemas construtivos que fossem capazes de proporcionar mais produtividade e qualidade. A pressão pela redução dos ciclos dos empreendimentos, assertividade no cronograma de obra e redução dos custos das obras tem se intensificado na construção civil nos últimos anos. No cenário pós-pandemia é possível que fatores como regulamentação, supply chain e logística, a dinâmica e força de trabalho, restrições no canteiro de obra e assertividade no cronograma sejam ainda mais importantes.
De acordo com o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, sócio-fundador da Inovatech Engenharia, muitas empresas estão revendo seus planos de expansão e políticas de home office, e isso pode gerar uma redução da demanda por espaços corporativos, ao mesmo tempo em que poderá impactar na formatação de produtos para mercado imobiliário residencial, uma vez que agora ficou claro que fazer home office com três pessoas morando num apartamento pequeno ou “compacto” não é a coisa mais simples do mundo. “As pessoas precisam de privacidade e o compartilhamento nem sempre é a melhor saída”, destaca.
Para ele, novos modelos construtivos e certificações terão maior destaque nesse cenário pós-pandemia como, por exemplo, a certificação WELL, certamente, terá um aumento de demanda, e por outro lado, algumas empresas passarão a repensar a gestão de seus ativos imobiliários, uma vez que provou-se que o home office funciona muito bem para muitas empresas de diversos segmentos. “Acredito que a pandemia irá transformar a humanidade, e temas como salubridade das construções tomarão um espaço maior”, destaca.
Normas e certificações: o desempenho se tornará mais importante após a pandemia?
Nos últimos anos, o desempenho das construções de edifícios foram bastante discutidos. Prova disso foi a aprovação da Norma de Desempenho, a ABNT 15.575:2013, que passou a determinar a vida útil dos empreendimentos residenciais e a qualidade deles, em termos estruturais e até mesmo de acabamento, para garantir uma durabilidade mínima de 50 anos. Essa aprovação foi um marco para o mercado construtivo e, atualmente, a norma já passa por revisões que devem considerar a nova realidade do mercado imobiliário.
Além disso, em fevereiro deste ano, outra Norma Regulamentadora de extrema importância para o setor da construção foi revisada, a NR-18, que trata das ações em segurança do trabalho. Tais mudanças têm mudanças que devem ser adaptadas em prazos de 6 a 24 meses, e ajudam a pensar na preservação da saúde e da segurança do trabalhador.
O destaque dessas duas normas que estão diretamente ligadas ao bem-estar e segurança das pessoas, seja no âmbito do cliente final ou do profissional da obra, mostra o novo olhar da construção civil para as discussões do mercado.
A certificação WELL Building Certification, por exemplo, está ganhando mais visibilidade e pode ser considerada a primeira certificação do mundo focada na saúde e bem-estar das pessoas. Esse certificado, lançado em 2014, estabelece requisitos de desempenho em sete categorias: ar, água, alimentação, iluminação, fitness, conforto e mente. A expectativa é que após esse cenário de pandemia, que deve transformar a rotina das pessoas e o pensamento sobre os espaços, cada vez mais essas certificações tenham mais visibilidade.
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