Os pilares de concreto, juntamente com as fundações, são as partes mais importantes das estruturas. Isso porque, diferentemente das vigas e das lajes, eles devem suportar, a cada pavimento, as cargas estruturais de todo o edifício. “Todo o restante da estrutura, uma viga e uma laje, por exemplo, só tem função de carga para o seu respectivo andar, tem a responsabilidade apenas daquele pavimento.
O pilar, a não ser que seja o último da cobertura, é o que suporta vários andares, mesmo numa casa como um sobrado. A característica principal dele é a importância que ele tem no sistema estrutural reticulado, que significa o grupo de pilares, vigas e lajes”, explica o professor Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia.
Sabendo da sua importância, é mais do que fundamental que suas características especificadas em projeto sejam devidamente respeitadas. Essas características contemplam, principalmente, o seu índice de resistência mensurado em MPa. Por se tratar de uma peça que suporta grandes cargas estruturais, não é possível permitir uma baixa resistência em um elemento como este.
Dificuldades de concretagem dos pilares de concreto
A concretagem dos pilares de concreto não é tarefa fácil. Com dimensões e alturas diferentes, é possível encontrar pilares com 2,70 metros de altura, 3 metros de altura ou, até mesmo, 6 metros de altura (considerando-se um pé direito muito alto). A concretagem do pilar exige diversos cuidados e cautela, fazendo com que seja fundamental a inspeção por parte dos engenheiros e mestres de obra.
Professor Paulo Helene nos conta que, não é incomum que ocorram bicheiras ou ninhos de concretagem logo nos pés dos pilares. De acordo com ele, isso se dá por conta de uma má execução e depois, muitas construtoras fazem reparos que não corrigem, de fato, o real problema ali. “Temos que evitar o que a gente chama de segregação e exsudação. A gente chama de ninho de concretagem ou bicheira a patologia que dá no pé do pilar. E a exsudação ocorre na parte superior, nas emendas que são necessárias. Na cabeça e no pé do pilar é onde, geralmente, temos mais problemas de qualidade, e que, normalmente, apresentam as maiores imperícias”, explica o diretor da PhD Engenharia.
A segregação no pé do pilar ocorre, geralmente, por conta do primeiro lançamento de concreto de cima para baixo. Quando se vai começar a concretagem, as formas e armaduras daquele pilar estão limpas. O que acontece é que no lançamento do concreto, a argamassa (que é o material mais nobre ali incorporado) acaba ficando nas paredes limpas dos moldes enquanto as pedras chegam ao final do lançamento. “Quando eu lanço aquela primeira vez, eu sujo a forma e a armadura, e elas roubam a argamassa do concreto e só chega a pedra lá embaixo”, explica o professor. Para resolver esse problema, alguns engenheiros sugerem a criação de uma janela intermediária. “É preciso ter cuidado com a perda de argamassa que você vai ter no começo da concretagem porque está tudo limpinho”, alerta Paulo Helene.
Outra dica importante é relacionada ao lançamento do concreto. Se ele for manuseado e lançado com muita energia, naturalmente, ele deve incorporar o ar. “Na hora de transportar o concreto é preciso de carinho, ir devagar, para deixar que o ar saia. Tem muita gente que pega o mangote da bomba lá em cima e joga com violência, isso incorpora muito ar no resto do pilar, porque foi jogado com muito movimento e ele prendeu o ar. O cuidado no lançamento é de lançar o concreto em camadas de 50 cm a 60 cm e ir fazendo o adensamento. As pessoas querem pressa e velocidade, e depois de pronto aparecem bicheiras”, ressalta o professor.
Bônus: pilares de concreto mais esbeltos
Considerar pilares mais esbeltos, com seções dimensionais reduzidas, pode ser um fator de extrema importância para as obras. Em locais como garagens, pilares de concreto mais esbeltos são responsáveis por aumentar a dimensão a quantidade de vagas, o que gera mais lucro para o empreendimento. Para realizar pilares mais esbeltos é preciso, primeiramente, aumentar a resistência do concreto. Nesses pilares é considerada a utilização do Concreto de Alto Desempenho (CAD), cuja resistência mínima deve girar em torno de 50 MPa. “Normalmente, a gente diminui a quantidade total de aço e economiza concreto também. Mas a taxa de armadura em uma seção menor, aumenta, e o que acontece é que eu acabo tendo uma dificuldade maior de concretagem porque acaba apresentando muita área superficial”, alerta o professor.
A obra da Nortis bateu um recorde no módulo de elasticidade com um projeto de concreto que garantiu a sua excelência. Descubra como foi a sua concepção neste Papo Construtivo: https://www.mapadaobra.com.br/papoconstrutivo/modulo-de-elasticidade/
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