Em 17 de maio de 2018, o Governo Federal instituiu o Decreto nº 9.377, que definiu as bases para a Estratégia BIM BR – Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, elaborada em conjunto por diversos órgãos no esforço de incentivar o investimento e a difusão da metodologia no Brasil. Entre as medidas já implementadas, um dos destaques foi o lançamento da Plataforma BIM BR e da Biblioteca Nacional BIM BR, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que reúnem informações e modelos genéricos de objetos BIM voltados para o mercado brasileiro.
De acordo com o arquiteto Sergio Leusin, a criação de uma Biblioteca Nacional BIM surge em um momento em que os profissionais estão muito dependentes das bibliotecas internacionais para desenvolver seus projetos na plataforma. “É importante que exista uma biblioteca pública nacional para fornecer modelos genéricos que sejam adaptados para os produtos disponíveis no Brasil”, explica.
Para entender de que forma a iniciativa facilita a implementação do BIM no país, é essencial saber o que são os BIM Objects, os objetos BIM, e como eles são manipulados dentro do software de gerenciamento e modelagem.
Objetos BIM
Quando falamos em objetos BIM é muito comum pensarmos apenas em uma reprodução virtual dos materiais que compõem uma obra. Mas em diversos casos, um objeto BIM pode ser mais complexo e suportar diferentes tipos de informações. “As pessoas veem os objetos BIM como essa representação virtual 3D, mas na verdade, ele carrega uma série de dados, tanto a respeito dele mesmo, como a respeito do processo no qual ele deve ser utilizado”, afirma o arquiteto.
Os objetos BIM precisam atender a alguns requisitos mínimos de geometria e representação, além de uma série de padrões determinados pela Biblioteca Nacional BIM BR, como número do produto no Mercosul. Para profissionalizar ainda mais o uso da plataforma, uma Comissão de Estudos Especiais da ABNT, a CEE-134, está sendo responsável pela criação, edição e publicação da NBR 15965 (partes 1 a 7), a primeira norma técnica brasileira sobre BIM.
No geral, os objetos BIM podem ser de dois tipos:
- Componente genérico: representa um elemento universal, como uma porta ou um pilar, sobre o qual você ainda não possui informações mais detalhadas;
- Componente proprietário: diz respeito a um elemento específico, como um modelo de porta fornecido por um determinado fabricante, com uma referência tal e um desempenho particular.
Segundo Sergio, as informações atreladas aos objetos BIM podem variar muito, porque dependem do estágio de desenvolvimento em que se encontra um projeto.
Objetos BIM no desenvolvimento de projeto
Na hora de dar início a um projeto básico, quando ainda não estão definidas as especificações do fabricante, o profissional precisa escolher um componente genérico – acessível para compor a obra. No exemplo da instalação de um ar condicionado Split de 12.000 BTUs, o projetista tem então que inserir um volume, dentro do qual deve caber qualquer Split do mesmo tamanho e capacidade disponível no mercado.
Em seguida, na fase de projeto executivo, é necessário trocar ou inserir os dados do Split que será utilizado, tomando o cuidado de vincular ao objeto informações de modelo, data da construção ou montagem, encarregado pela obra, entre outros dados que permanecerão linkados em um banco de dados chamado de BIM Server e à disposição de todos os usuários da plataforma. “Quando se fala de representação BIM, tratamos de um conjunto de dados associados a um objeto ou a vários objetos”, comenta o arquiteto.
Open Source
Para adquirir um objeto BIM dentro da Biblioteca Nacional, que é pública e gratuita, basta entrar no site da iniciativa, buscar pelos elementos divididos por categorias e subcategorias e realizar o download do item desejado mediante inscrição. No endereço, a plataforma ainda disponibiliza guias, normas e manuais relacionados ao sistema BIM.
Além de baixar os objetos, os profissionais também podem fazer upload de elementos BIM, ou seja, desenvolver um objeto genérico e disponibilizar na Biblioteca Nacional BIM BR. “Isso interessa para o profissional porque aquele objeto vai ficar sendo de autoria dele, embora ele tenha que ceder uma licença Open Source”, esclarece Sergio.
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