A situação atual da liberação do Fundo de Garantia e Tempo de Serviço (FGTS) tem preocupado bastante o setor da construção civil, principalmente, pelo impacto dos recursos nos financiamentos imobiliários – uma vez que ele é um recurso de financiamento muito importante para o mercado. Por um lado, a liberação do recurso pretende ajudar o PIB a crescer acima de 1%, por outro, pode trazer consequências negativas para a construção civil, principalmente no financiamento imobiliário.
Assim que a notícia sobre a liberação do saque do FGTS foi divulgada, o apoio técnico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) se reuniu se com o Governo Federal para discutir o tema. De acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins, ao olhar para o orçamento do Governo Federal para o setor até 2022, a primeira conclusão que é possível obter é de que faltará dinheiro. “Mas o governo está muito certo de que não vai faltar, então, ele deve ter alguma carta na manga para deixar isso sob controle”, complementa.
Recursos: além do FGTS para construção
A poupança SBPE e o FGTS são os principais tipos de fontes para financiamentos imobiliários atualmente. Com uma captação líquida baixa, a poupança SBPE já tem sido motivo de preocupação para o setor. Atrelado a isso, com a liberação do saque extra do FGTS, a preocupação dobra. “A gente entende que em breve teremos uma leitura mais precisa quanto a isso e esperar para entender qual será a engenharia financeira utilizada nesse processo”, prevê o presidente da CBIC.
Essas duas grandes fontes de recursos com problemas impactam de forma mais efetiva as classes mais baixas. “A caderneta de poupança tem o problema da forma de remuneração que está ficando extremamente sem atratividade, porque ela fornece 70% da SELIC, que hoje está em torno de 4%”, explica José Carlos Martins.
Como recuperar a economia
De acordo com o presidente da CBIC, o principal para recuperar a economia é começar a praticar uma taxa de juros somada ao reajuste de preços. “Hoje um financiamento, por exemplo, em um banco X, é de 9%. Na verdade, 4% de inflação e 5% de juros. Com 5% de juros e a inflação corrigindo ao longo da prestação, é possível começar a reciclar dinheiro”, explica.
Para Ricardo Teixeira, diretor da Urbs – imobiliária de Goiânia – a liberação do saque do FGTS não vai gerar resultados negativos para o setor e não influencia o curto prazo. “Para o mercado imobiliário, os valores são menores, mas ela cria um cenário de motivação e de entusiasmo, que gera um movimento no comércio. Porque o imóvel é o último bem da cadeia, então, primeiro aquece o mercado de linha branca – geladeira, fogão, eletrodomésticos – e depois aquece veículo. Por último, o mercado de imóveis”, explica o diretor da imobiliária. “Mas se você pensar isso como uma cadeia, ajuda muito porque começa a movimentar o comércio como um todo – e isso reverbera no mercado imobiliário – mas em curto prazo não influencia. O que se está aguardando é um novo destino para o MCMV, provavelmente, terá um novo anúncio com um projeto voltado para esse segmento de mobilização de moradias populares”, complementa.
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