domingo, 29 de setembro de 2019

Habitação social: Artemisia lança tese sobre desafios para a moradia

Morar não se limita a apenas habitar. Hoje no Brasil, além de um déficit habitacional de 7 milhões de casas, também existe um déficit qualitativo de 11 milhões de casas que estão fora de condições dignas de habitação. Esses e outros dados estão no estudo inédito Tese de Impacto Social em Habitação, realizado pela Artemisia ao lado da Gerdau e em parceria com o Instituto Vedacit, Tigre e Votorantim Cimentos, com apoio da CAIXA e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) que revela a realidade da habitação social no país.

A população de baixa renda é a mais afetada: 75% da necessidade habitacional do Brasil até 2027 está concentrada na população de até 5 salários mínimos. Assim, o mapeamento do estudo se concentrou na população de vulnerabilidade econômica.

Além de ser primordial para a qualidade de vida, a habitação também é ponto fundamental na democratização ao acesso à cidade. “Este é um problema sistêmico muito além do físico. A habitação impacta na locomoção, no desenvolvimento, na saúde, no bem-estar e na autoestima”, conta Orlando Nastri Neto, consultor de sustentabilidade do Instituto Votorantim.

Desde meados dos anos 1960, a maioria da população brasileira já vivia em cidades. “Porém, o acesso à terra pelo mercado formal – ou por políticas públicas – foram insuficientes para atender todas as pessoas que chegavam às cidades. E as consequências disso repercutem até hoje, com a atual segregação socioespacial”, comenta Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia.

Nas favelas e periferias, a maioria das casas foi feita pela “autoconstrução”, e 85% das obras no Brasil não utilizaram serviço de arquiteto ou engenheiro. Sem o devido apoio técnico, as construções muitas vezes apresentam má qualidade e irregularidades.

As consequências na precariedade da habitação impactam negativamente a vida das pessoas, como marginalização geográfica de assentamentos informais, alta vulnerabilidade quanto a áreas de risco e alto índice de violência, aumento de doenças respiratórias, entre outros fatores. Já a melhoria na habitação promove um impacto transversal positivo em toda a sociedade.

 

Habitação social: desafios e oportunidades da construção civil

Se antigamente havia uma discussão binária sobre empresas privadas x Estado, hoje as iniciativas podem se combinar. ”O mercado traz soluções a partir de negócios”, comenta Nastri. Dentre as oportunidades para as empresas da cadeia da construção, estão:

 

– A capacitação e oportunidades para profissionais da construção civil:

Exemplos: cursos profissionalizantes acessíveis, plataformas de treinamento, soluções de intermediação para contratação;

 

– Inovações em processos e materiais da construção civil:

Exemplos: desenvolvimento de materiais mais sustentáveis, plataformas de gerenciamento de obras, plataformas que conectem obras com resíduos à pessoa que está construindo;

 

– Reformas habitacionais e assistência técnica:

Exemplos: serviços acessíveis de projeto de arquitetura, assistência técnica e planejamento.

 

Outras oportunidades de transformação são: gestão de condomínio de habitação social; acesso e eficiência de serviços básicos; qualificação dos espaços públicos e desenvolvimento local; aluguel acessível para moradia adequada; regularização fundiária; e soluções financeiras para habitação.

 

A Tese de Impacto Social em Habitação foi realizada a partir de análises aprofundadas de mais de 50 relatórios, pesquisas e estudos do setor, além de 15 entrevistas com players do setor e mais 50 conversas com empreendedores atuantes no tema. Após quatro meses de trabalho, foi lançada em agosto de 2019.

 

Quer saber mais sobre habitação social? Confira: https://www.mapadaobra.com.br/negocios/habitacao-social/

 

 

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